Filigrana certificada é Filigrana de Portugal
"Mais um passo", disse Marco Martins, referindo-se à mudança estratégica operada em 2013, quando Gondomar assumiu, o próprio Concelho, uma nova imagem estratégica: a de que Gondomar é D’Ouro, numa referência direta a dois dos seus mais importantes ativos – o ouro e o rio Douro, em toda a sua complexidade financeira, económica, cultural e de lazer.
E após um trabalho "feito em conjunto", concluiu o Presidente do Município de Gondomar, "esta certificação só faria sentido se a fizéssemos juntos". Mas, sublinhou, também "estamos a dar um exemplo ao País: dois territórios diferentes, duas realidades diferentes, com características diferentes, de partidos políticos diferentes, foram capazes de se aproximar e pôr de lado as suas diferenças para colocar acima de tudo as pessoas".
E para que Gondomar e Póvoa de Lanhoso possam ser "uma marca no País e na Europa, com o valor acrescentado do trabalho feito por gerações atrás de gerações" torna-se necessário abraçar um novo desafio, na perspetiva de Marco Martins: "Temos de ser capazes de ir ainda mais além, na capacidade de ser audazes, e a candidatura a património imaterial da Humanidade será, certamente, um desafio para nós e para o País".
"Arte dominante"
A anteceder a intervenção do anfitrião, Avelino Silva, Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Lanhoso, enalteceu este "bom exemplo de que tudo é possível", em nome do "património coletivo que em boa hora nos uniu" pela "arte dominante" dos dois concelhos.
Este é "o melhor caminho para afirmar internacionalmente a filigrana", destacou Avelino Silva, antes de definir onde, agora, os dois territórios deverão concentrar "todas as energias": a candidatura a património imaterial da Humanidade.
Preservar produção artesanal
A certificação pretende preservar as características de uma produção artesanal, autónoma no seio da ourivesaria portuguesa. As especificidades técnicas que definem o processo produtivo, predominantemente manual e utilizando técnicas e utensílios ancestrais, estão discriminadas no Caderno de Especificações, documento normativo que regulamenta esta norma.
A certificação foi atribuída pela Aderecertifica, organismo de certificação acreditado pelo Instituto Português da Acreditação, cumprindo todos os requisitos previsto no Sistema Nacional de Certificação das Produções Artesanais Tradicionais.
A cada unidade produtiva artesanal foi atribuída uma punção e etiquetas para colocação em cada peça certificada. A marca da punção diretamente na peça e a etiqueta enquanto "selo de garantia" comprovam perante o consumidor tratar-se de uma peça única, produzida de forma artesanal.
Desde a tarde de 12 de julho de 2018, são 21 as unidades produtivas artesanais pioneiras que podem exibir nas suas peças a marca da certificação com a chancela da Filigrana de Portugal.